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Fotografia (030) Garimpando pixels (parte 01)


O objetivo deste artigo é criar uma relação um pouco mais estreita entre os nossos conhecimentos de informática e os primeiros passos para o domínio de técnicas de edição e processamento de imagens, fora do reino empírico e intuitivo.

O que são Pixels?

Fotografias geradas por câmeras digitais são (a grosso modo) constituídos através da junção de pequenas áreas chamadas de Pixels. Cada pixel representa a menor porção possível de uma imagem.
No exemplo abaixo, ampliei milhares de vezes um pedacinho bem pequeno da nossa maça fatiada.

Note que cada quadradinho (pixel) armazena informações de uma única cor. Cada pixel tem uma cor e, obviamente, podemos ter mais de um pixel com a mesma cor em diferentes partes da imagem.

Qual é a aplicação disto na prática?

Posso dar vários exemplos, mas irei pegar justamente no Calcanhar de Aquiles... Muita gente gosta de editar fotografias, mas a falta de cuidado afeta negativamente como os pixels se relacionam.



No exemplo acima, note a transição dos vermelhos para os laranjas. Há uma relação, que chamamos de transição ou contraste por cor. Esse contraste pode ser alto (veloz) ou baixo (lento). A velocidade com que as transições se apresentam podem ditar uma aparência suave ou dramática.

Abaixo, reduzi a saturação para zero. Olhe o que sobrou... contraste baixo. A relação tonal das cores é semelhante e sem elas o contraste se perde, então na versão colorida temos contraste por cor.



Se o universo fosse completamente branco, dificilmente tomaríamos consciência de outras cores. Nossos olhos não teriam desenvolvido tal sensibilidade (noutro artigo falaremos sobre a visão).

Alterei o contraste, de forma a mudar a relação entre as cores. Interessante, não é?


Edição de imagens

Você pode até pensar que pixels são muito pequenos e praticamente imperceptíveis, por outro lado, quando aplicamos mudanças durante a edição de uma imagem, estamos fazendo isto em milhares ou milhões de pixels de uma vez. O impacto sobre o conjunto pode gerar efeitos bons ou ruins.

Evite editar suas fotografias a partir de telas pequenas. Se possível mantenha sua imagem aberta em tela cheia e use a ferramenta de zoom para observar setores específicos. Não é necessário ampliar exageradamente.
Vou dar um exemplo, ainda com a nossa maçã.



Criei um círculo ao redor da impressão digital do dedo de quem segurou o fruto. Marquei com setas as pequenas falhas no corte da maçã. Esses detalhes não são bem-vindos para quem é do ramo de fotografia still – que explora objetos, jóias, embalagens, alimentos e outros itens.
Imagine-se fotografando o prato principal de uma empresa que atue no setor gastronômico, então sai a impressão de tamanho grande... opa... o que é aquilo? É um fio de cabelo?


Num retrato, por exemplo, podemos ampliar até que o rosto da pessoa ocupe a maior parte da tela, assim poderemos ter maior controle sobre os efeitos da edição que estamos aplicando na pele, brilho dos olhos e demais detalhes relevantes. O pior cenário é editar uma fotografia em tela pequena e depois resolver imprimir em papel grande.


Reduzir a visualização de uma fotografia na tela omite pixels de referência e você deixará de ver muitos detalhes menores. Portanto, maiores serão os riscos que teremos ao julgar cores, transições entre luz e sombras, contraste, etc. As informações gráficas estão lá, mas não podemos ver. Modificar uma fotografia em tamanho pequeno envolve transformar o que não podemos ver e deixar de corrigir algo pelo mesmo motivo.

Se você for imprimir o retrato acima em tamanho pequeno ficaria muito bom, mas vamos olhar mais de perto.



Numa impressão grande, será que a pele e lábios ressecados, incluindo os fios de cabelos sobre os olhos são agradáveis? Veja a sombra abaixo do nariz... é um círculo interessante? Sabendo desses detalhes, seria interessante que a menina estivesse com hidratante de pele e lábios?


Infelizmente, a medida que as “facilidades” tecnológicas avançam, mais deixamos de observar aquilo que temos em mãos (nossas fotografias). Se o objetivo é fotografar para publicar momentos do seu dia-a-dia no instagram, facebook, google+... não há muito com que se preocupar. Se você deseja ir além e ter um portfólio, tendo a fotografia como hobby “sério” ou pretende atuar de forma remunerada, é melhor que se aprofunde.

No meu programa favorito para processamento de imagens (Photoshop), as configurações e o nível de zoom são pensadas para otimizar a área de trabalho.


Com o tempo você se tornará cada vez mais observador e isto será útil quando sair para fotografar.

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